No último artigo sobre o assunto, a FOCO AMÉRICA deu uma introdução da força das franquias nos Estados Unidos, que é o berço deste sistema hoje mundial.
Vamos mostrar neste artigo o impacto econômico do Franchising no mercado americano, através do levantamento feito pela PWC referente ao ano de 2016.
É muito importante destacar que no mercado americano existem dois tipos de franquia:
- Franquia de Produto e Marca
Este primeiro grupo foi o que deu origem ao sistema e existe até hoje. São indústrias que usam o franchising como canal de distribuição exclusivo para distribuir os produtos que fabricam com sua marca.
Neste caso temos a Coca-Cola e outras engarrafadoras de bebidas, todas os fabricantes de automoveis com seus revendedores que aqui são considerados franqueados, e todas as petrolíferas e seus distribuidores de combustíveis que aqui também são considerados franquias.
Temos também neste grupo boa parte do varejo, onde as indústrias podem usar outros canais de venda, mas querem também uma rede exclusiva com sua marca.
A produção própria não é mais tão crítica como antigamente, e hoje é mais importante deter o controle do canal e ter uma marca forte.
- Business Format Franchising ou Franquia de Negócio
Este grupo considera que o Franqueador repassa um modelo de negócio a ser replicado, com fornecedores que podem ser próprios ou terceirizados.
Aqui entra todo o grupo de alimentação, com os restaurantes fast-food, casual dinning e outros modelos. Entra também os negócios de serviços e uma parte do varejo que não está ligado especificamente à marcas específicas.
O mercado americano fechou com um total de 801.000 estabelecimentos considerando unidades próprias e franqueadas dos dois modelos de franquia. Este número está relativamente estável nos últimos anos, porque o mercado já está maduro e tem crescimento ligado diretamente ao crescimento da economia. O setor de franchising faturou em 2016 $868 bilhões, é responsável por 9.0 milhões de empregos diretos e adiciona ao PIB dos USA $541 bilhões.
Mas esta é a face visível das franquias nos Estados Unidos. Tem uma face invisível muito maior, pois o setor influencia diversas outras empresas e empregos que não pertencem ao setor de franquia. Se consideramos este efeito cascata a força do franchising é muito maior, o número de empregados diretos e indiretos aumenta para 16.1 milhões, o faturamento aumenta para $2.1 trilhões e a contribuição para o PIB americano salta para $1.2 trilhões, ou seja 6.6% do PIB de $18.2 trilhões em 2016.
O PIB americano cresceu 2.6% em 2015, 2.1% em 2016, 2,5% em 2017 e deverá crescer entre 2% e 3% em 2018, o que é bastante saudável. Existe uma perspectiva de crescimento maior(Trump prometeu 4%), mas com riscos de gerar desiquilíbrios na economia, como aumento de inflação e juros. Como os USA são uma vitrine de negócios e produtos para o mundo, empresas de outros países que criaram negócios interessantes de franquia querem vir para cá para crescer em um dos maiores mercados do mundo, e que além de tudo é totalmente aberto e voltado para ajudar empresas a se estabelecerem e crescerem.
Além disto, ao se tornarem vencedoras nos USA, conseguem mostrar seus produtos, serviços e negócios para empresários e consumidores do mundo inteiro que visitam os USA, o maior mercado de turismo de lazer e negócios do mundo.
Muitas empresas chegam a mudar sua sede para os USA para se tornarem empresas americanas e mundiais com maior facilidade. E passam o usar o selo de empresa americana que mostra qualidade, seriedade e eficiência.
Mas a legislação aqui é muito rigorosa e o franqueador sabe que tem de estar preparado para iniciar a venda de franquias, tem ter um sistema sólido e testado, dar um treinamento e suporte adequado, e escolher bem o franqueado e o ponto comercial. Aqui também o franqueado sabe que vai depender dele a maior parte do sucesso da unidade aberta, e não fica esperando que o franqueador resolva seus problemas.
Matéria publicada na Revista Foco América por Paulo Mauro